terça-feira, 24 de março de 2020

Protelar

Ele fez de tudo naquele dia. Menos aquilo.
Acordou relativamente cedo, depois de ter ido dormir mais tarde do que gostaria. Pegou o celular e tentou distrair-se. Em vão. Coçou o rosto e lembrou-se do que tinha feito antes de dormir. O cavanhaque. Olhou no espelho aquela configuração de rosto que não estava acostumado. Sentiu-se mais velho, mais másculo, mais sexy e menos ele mesmo. Passou a máquina e acabou com isso.
Na cama, a gata estava ainda sonolenta. Ele passou a mão na sua barriga, procurando a cicatriz da cirurgia já quase imperceptível e notou que os pelos raspados tinham começado a crescer de volta. Ela se contorceu, esticando seu corpo inteiro de forma invejável e ele a deixou em paz. Respondeu a mãe, prometendo ir se alongar. E o fez.
De frente à janela, espregiuçou-se e pôs o corpo para se alongar, sentindo os resquícios de dor da última vez que foi para a academia  (havia colocado peso demais e se alongado de menos). O Sol, tímido, escondia-se atrás das muitas nuvens cinzas no céu. Acho que choveu mais cedo, pensou ele, enquanto olhava para baixo com vontade de descer e caminhar pelo condomínio. Hipócrita, bradou mentalmente, três anos morando aqui e você nunca fez isso, mas agora... Abriu a janela ao máximo, como se a liberdade assim ficasse mais próxima e terminou de se alongar. Foi bom. Uma vaga lembrança da antiga rotina. Sentiu o corpo menos dolorido e a mente mais serena. Antes de seguir com os exercícios, foi preparar o café da manhã que, como prometido antes de dormir, teria mingau de aveia.
Preparou a mistura, imaginando se ficaria muito estranha com açafrão e ligou o fogo, abandonando a ideia sem sentido. Do forno, tirou a cuca de banana para cortar um pedaço e quase deixou cair.
- Formigas malditas! - Estavam por toda parte.
Ele rosnava querendo jogar o bolo todo fora, tinha muita aversão a aglomeração de formigas, mas decidiu lidar com isso depois. Clássico.
De volta aos exercícios, começou empolgado e determinado a resistir. Dois minutos de prancha, comemorou, ao som de Sospiri, Opus 70 da playlist de música clássica que ele havia esquecido de desligar enquanto se exercitava.  
Checou o celular orgulhoso das costas suadas, enquanto abria um edital para dramaturgos que recebera de sua professora. Ótimo incentivo criativo, estava meio parado das ideias desde que conversara com um amigo sobre ideias para peças que este tinha e que pareciam fazer das suas próprias um tanto supérfluas.
Mas, antes de mais nada, tinha que escrever. O quê? Ora, você sabe muito bem. Eu sei também. Todos sabemos. Quer dizer, tenho minhas dúvidas se ele sabe, mas isso é só porque ele continua protelando tão bem que até me esqueço de todas as vezes em que ele diz que vai fazer.
E, sendo justo, ele até senta em frente ao computador e faz pequenos avanços. Hoje mesmo leu várias páginas. Mas aí se distraiu e veio escrever este conto que estão lendo.
Mas ele prometeu que assim que terminasse ia continuar.
Espero que cumpra.

quinta-feira, 19 de março de 2020

Luz de velas

Risquei meu fósforo com a intenção
De abafar essa escuridão.
E no silêncio do frio da noite
A chama ganha vida, o medo se esconde

E da janela eu observo
O sol morrer como um nó cego
E a cidade perder-se no breu
Que a invade quando anoiteceu

À luz de velas eu espio a noite cair
Vejo o sol se despedir,
Enquanto a lua ganha vida

E da varanda, eu escuto as ondas no chão
Se desfazendo como uma canção
Há muito tempo esquecida


*Escrevi esse poema como uma música em 2012.
Havia imaginado um cenário pós-apocalíptico, como em um filme Ghibli. 
Em tempos de reclusão e pandemia, pareceu-me apropriado compartilhá-lo. 

terça-feira, 17 de março de 2020

costumes e circunstâncias

Nos "acostumamos" à distância. Faz parte da nossa rotina e conseguimos lidar com ela. É necessária.
Você me liga, mando mensagem, trocamos vários eu te amo como se fossem o ar que respiramos. E assim, os dias se seguem. Dói em silêncio, secretamente. Uma dor aguda, sentida, mas tolerável.
Perco boa parte da sua vida, os pequenos detalhes que permeiam seus dias. E, em troca, você perde os meus. Compartilhamos os grandes acontecimentos, até o assunto acabar e então, ficamos mudos. Buscando algum fato novo para preencher este silêncio que tem gosto de culpa. Como se vinte e cinco anos ainda não nos permitissem ficar sem dizer nada. Porque sem as palavras, a distância se faz presente e volta a doer. 
Nos despedimos diversas vezes até que alguém consiga desligar. E se a chamada ficasse ligada enquanto cada um vai fazer suas coisas? Escutaríamos assim a louça sendo lavada, o lápis escrevendo no papel, a TV ligada num desenho ou série policial. Os pormenores da rotina. 
As circunstâncias nunca foram ideais, convencionais, normais. Por anos, coisas simples como os dois na mesa, sozinhos, tendo um almoço em família era algo fora da realidade. 
E você não se perdoa, eu sei. Por acreditar que estou sozinho, abandonado por você.  
E eu também não. Por escolher sair e te deixar, buscando algo que eu talvez nem saiba o que é. 
De certa forma, tornamo-nos um conceito. De estar longe, sentir saudades. Tentando compensar o tempo perdido nos pequenos encontros, sempre em dívida um com o outro (ou consigo mesmo). E apesar de dolorida, essa distância é contornável. Aprendemos recentemente que o reencontro é mais fácil do que parecia e que deve ser reclamado. Aquece. Afaga. E sim, as rotinas sobrevivem perfeitamente à ele.

Não me lembro onde eu li que a liberdade só pode ser compreendida quando a perdemos. Mas sempre achei bonita essa trágica delicadeza de algo que só existe quando é perdida. Hoje conversamos sobre eu ir te encontrar e com lágrimas, ambos perceberam que não seria o mais prudente. A distância se fez mais presente porque, mesmo que temporariamente, hoje ela não pode ser vencida. Perdemos a liberdade de nos encontrar quando bem entendermos. E dói. Porque me preocupo e você também. Porque isso tudo assusta e estamos longe. Sinto inveja de tantos e raiva das circunstâncias. Mas também sinto sua mão no meu cabelo e tudo se apazigua, como as harpas que escuto enquanto escrevo isto. 

Devo aceitar a distância, hoje mais do que nunca. Ciente de que ela me ajuda a ter consciência do quanto te amo. 
  

domingo, 15 de março de 2020

Seu garoto

*Cena escrita como exercício no TEAC de dramaturgia realizado no departamento de Artes Cênicas da UnB*


Uma sala de estar onde uma festa de aniversário já ocorreu. Há presentes, balões e um bolo já cortado com uma vela de 30 em cima dele. O ANIVERSARIANTE se aproxima da mesa e acende a vela.

ANIVERSARIANTE
Parabéns pra mim, nessa data querida. Muitas felicidades muitos anos de vida.

Ele come um pedaço de bolo.

ANIVERSARIANTE
Farinha e açúcar. Depois dos trinta isso é veneno. Seu metabolismo não aguenta mais essa merda. Mas quem liga pra isso? E daí se minha barriga tá aumentando e eu já quase não consigo ver meu pinto? E daí se as minhas entradas estão cada vez maiores e os fios brancos estão aparecendo? E daí que os melhores anos da minha aparência física já ficaram pra trás e eu nunca mais vou ser tão bonito quanto eu fui e eu nem se quer cheguei a ser bonito? Eu fiz trinta. Eu sou oficialmente um adulto. Esse é o preço.    

Ele se empanturra de bolo. PAI entra.

PAI
Tem um pedaço pra mim?

ANIVERSARIANTE
A festa já acabou.

PAI
Eu perdi a hora.

ANIVERSARIANTE
Por vinte e três anos.

PAI
Acho que eu mereço isso. Feliz aniversário, filho.

O pai entrega um presente. Aniversariante o abre sem empolgação. É um retrato.  

PAI
Você fez a idade que eu tinha quando você nasceu.

ANIVERSARIANTE
Por isso você está aqui? É algum tipo de crise de idade?

PAI
Queria ver meu garoto.

ANIVERSARIANTE
Quando foi que eu me tornei seu garoto? Foi quando eu deixei de ser um garoto? Engraçado, né? O medo de ser pai some com a possibilidade narcisista do filho vir a se parecer com você.

PAI
Achei que você já teria passado da revolta de adolescente.

ANIVERSARIANTE
E privá-lo dessa experiência? Da oportunidade de inventar uma desculpa mais ou menos? Além do que, eu sou seu garoto, né?

O pai encara o retrato que deu ao aniversariante.

PAI
Sua mãe não queria que eu te segurasse. Tinha medo que eu te deixasse cair. Acho que ela já sabia o que ia acontecer, não é?

ANIVERSARIANTE
Mãe sempre sabem. Não que isso fosse realmente uma surpresa.

PAI
Trinta anos. Como você se sente?

ANIVERSARIANTE
Que não tenho um filho que vou abandonar.

PAI
Chega de indireta. Fala tudo que você quer me falar. Que esse seja seu presente de aniversário.

ANIVERSARIANTE
Pra que você saia daqui sentindo como se tivesse compensado esse tempo todo? Eu tô de boa. Não vou te dar esse alívio. Prefiro te odiar a conta-gotas.  

PAI
Eu não vim pra estragar seu aniversário.

ANIVERSARIANTE
Tem certeza? Você sempre foi tão bom nisso. Todas as tardes esperando, correndo pra janela toda vez que um carro se aproximava. A cada ano, menos amiguinhos iam pra minha festa. Não era tão divertido me ver chorando, esperneando e indo pro quarto com raiva. Nem o maior pedaço de bolo e todo o brigadeiro da festa compensavam a cena. Era vergonhoso demais até pras crianças me ver daquele jeito. E sabe o que é pior? O problema todo é que você me prometia e eu acreditava. Seria tão melhor só dizer que não viria, que não queria vir. Mas você prometia que naquele ano ia ser diferente e você ia estar lá. E quando de novo você não cumpria a sua maldita promessa, todas as pessoas que estavam lá por mim, todo o trabalho da minha mãe pra me fazer sentir especial e o amor que ela colocava em cada detalhe não importavam mais. Porque, de novo, eu não era o suficiente pra fazer você vir à minha festa.

PAI
Eu achava que dizer “não vou” seria mais difícil de ouvir.      

ANIVERSARIANTE
Não. Só era mais difícil de falar. Você não estava preocupado no que seria pior pra mim, mas sim no que era mais fácil pra você. E foda-se. Eu já disse, não tô a fim de escutar nenhuma desculpa meia boca que você tiver inventado pra compensar esses anos. Eu fiz trinta. Já não preciso mais de um pai. Se algum dia eu precisei. Você é só mais um entre os bilhões de pessoas com quem eu divido o mundo.

PAI
Você?

ANIVERSARIANTE
Você. É preciso um pouco mais de esforço pra merecer ser chamado de senhor.

PAI
Filho, os pais erram também. Sei que é tarde pra pedir mais uma chance...

ANIVERSARIANTE
Quantas vezes você realmente me chamou assim? É tarde pra qualquer coisa.

PAI
Eu poderia me jogar dessa sacada que não faria diferença, né?

ANIVERSARIANTE
Quanto drama. Mas sim.

O pai se joga. O aniversariante não se altera. Ele volta a comer do bolo. Fica em silêncio por um bom tempo comendo. Depois de bastante tempo em silêncio, o telefone toca. Secretária eletrônica atende.

PAI (o.s.)
Oi. Desculpa não conseguir ir, meu garoto. Mas, feliz aniversário. Você vai ver que trinta é uma idade ótima. Eu vou estar pela cidade semana que vem, se a gente puder se ver, eu vou gostar mu...   

Aniversariante tira o telefone do gancho, interrompendo o pai. Ele termina de comer o bolo.

ANIVERSARIANTE
É impressionante a culpa que aniversários causam nas pessoas. “Parabéns pessoa que eu nunca vejo nem falo.” Meu garoto... ai ai.

domingo, 8 de março de 2020

Carta de despedida

Você vem quando é conveniente.
Para você.
Sem me perguntar ou se importar com o impacto,
Você vem.
Fica o tempo que quer, me bagunça
E quando convém, de novo,
Vai embora.
Sem me perguntar se eu vou ficar bem
Sem se preocupar com o impacto.
E eu deixo. E me reviro. E me adapto.
Faço espaço para você,
Limpo o quarto,
Reaprendo a te querer
E saio com nada.
Como se eu fosse de aluguel.
Me afogo na chuva,
Faço cena,
Corro atrás e me revolto.
E estou errado. Segundo você.
Dou três passos para longe,
Fico calmo,
Consigo mais uma vez respirar.
Te vejo, mas não sou visto. De propósito.
Não interesso mais.
Me aproximo e é um crime.
Se me magoo, também.
Fico em silêncio.
Sigo.
Resisto.
E você surge novamente, ameaçado.
Com medo que eu te substitua.
Dizendo coisas que não sustenta,
Que amanhã você já esqueceu.
Deixa-me ir.
Que você não me quer aqui como eu quero ficar.
Que a minha falta só é sentida
Se as opções se esgotam.

Encerra o ato que já doeu por duas vidas.
E eu não tenho mais peito para isso.

Atenciosamente,

Cabelo

Eu tenho uma relação muito delicada com meu cabelo.
Quando eu era pequeno, a minha herança indígena era bem presente nele, mas aos poucos foi se perdendo com o passar dos anos.
Com sete anos tive o cabelo comprido, batendo nos ombros. Um sonho para qualquer garotinho afeminado. Lembro de gostar de correr nessa época para poder sentir o cabelo balançando com o vento. E secretamente achava o máximo ser confundido com uma garota. Não por querer ser uma, mas por poder expressar minha feminilidade de uma forma a ficar tão andrógeno.
Essa fase não durou muito e logo meu cabelo foi cortado. Bem curto. Hoje eu percebo que parte de mim morreu naquele dia, porque desde então, quando eu era levado ao cabeleireiro, eu não fazia questão de como seria o corte, de como meu cabelo ficaria. Eu queria ele grande e não o tinha mais.
Nunca mais tive o cabelo assim.
Eu cresci, fui para o "ginásio" como ainda era chamado na minha época e meu corpo começou a mudar. Inclusive meu cabelo. E dentre todas as coisas que era consideradas erradas em mim, meu cabelo se tornou uma delas. Quando ele crescia um pouco, era apelidado de capacete.
Assim, eu comecei a inventar a desculpa de que eu precisava do meu cabelo raspado porque senão eu tinha que molhar ele de manhã para pentear e isso me fazia adoecer. O que não era uma mentira, mas o motivo real era o meu medo de ver meu cabelo crescer e não conseguir arrumá-lo de uma forma a não ficar como um capacete. Era um desespero quando eu demorava muito para cortá-lo.
Carreguei isso até meus dezoito anos, quando eu finalmente parei de raspar meu cabelo mensalmente e permiti que ele crescesse.
Depois disso, 2014, eu só voltei a raspá-lo em 2016 e desde então nunca mais. Sempre me prometendo deixar o cabelo crescer, voltar a ter madeixas cobrindo os ombros. Uma promessa que até hoje não cumpri.
E escrevo esse relato depois de ter acabado de cortar o cabelo novamente. Cabelo este que vinha cultivado há mais de seis meses. Mas que por desvios de percurso já não era mais viável continuar no tamanho que estava, do jeito que estava.
Talvez eu me arrependa amanhã. Talvez, daqui a alguns dias ou meses eu olhe para alguma foto dessa época com saudade, imaginando como ele estaria se eu não o tivesse cortado. Talvez.
Mas hoje, agora, eu precisava fazer isso. Precisava fazer um ato brutal e impulsivo e romper este apego. Já não me satisfazia ver meu cabelo do jeito que estava.
Isso tudo é uma grande metáfora para meu estado emocional, para mim. Meu cabelo sempre indica como eu estou me sentindo e diz muito sobre minha autoestima do momento. Mexer com ele é uma forma de me despedir do meu eu que já não me serve e me despir dele, como uma pele ou um exoesqueleto no qual não caibo mais e preciso sair para crescer. O Igor de ontem é um Igor que já não é o mesmo Igor que está aqui escrevendo, nem pretende ser.
Evitei fazer esse ato por seu caráter definitivo, por medo das consequências. Mas é só cabelo. Cresce de novo. E mesmo se não crescesse. É só cabelo.
Já estava morto, sem movimento, me deixando insatisfeito.
Com cada fio cortado, uma parte dos aborrecimentos vai junto. Me ajuda a entender o tamanho das coisas e o impacto delas uma vez ido embora.
É leve e está tudo bem.

sexta-feira, 6 de março de 2020

25

Hoje percebi que em menos de uma semana faço 25. Um quarto de século e eu não sei bem o que isso significa para mim. De certa forma, não me sinto preparado. Por outro lado, sinto que se eu despir esse momento de todo o simbolismo colocado por nós como seres humanos conscientes se trata apenas de mais um dia, nessa bagunça que chamo de vida.
Mas não é só mais um dia, mesmo que eu tente fingir que não há peso algum. Eu estou diferente, queira aceitar ou não. Eu sou diferente. A cada dia.
Há dez anos eu tinha 15, estava no ensino médio escutando o recém lançado CD da Sandy Manuscrito. Nunca havia beijado na boca, me apaixonado, namorado, partido o coração. Ainda tinha uma vida inteira pela frente e certamente não tinha feito nenhuma das escolhas das quais me arrependo de certa forma hoje em dia. Não sabia o que me esperava nem tinha noção que já deveria ter alguma espécie de projeção para o que poderia vir.
Também me preocupava constantemente com meu peso e com o que comia, não tinha amigos e vivia reprimido. Com medo de ousar ser um pouco diferente. De expressar minha individualidade. Eu vivia com medo de ser alguma coisa. Eu não me permitia ser nada.
Eu sabia que era gay. Mas fingia que não. Me masturbava em silêncio, apesar de morar sozinho, prometendo ser aquela a última vez. Não sabia o que fazer, nem tinha ninguém pra me aconselhar.
Me obrigava a ser bom em matérias que eu não tinha afinidade e reprimia meu lado artístico porque era o que eu devia ser, porque eu era muito inteligente. Era o que diziam.
Constantemente eu me sentia esmagado, sufocado, incompreendido, mudo. E hoje, às vezes ainda me sinto assim. Mas não tem mais o peso que tinha. Ali, eu precisava de um abraço. Hoje, eu já sou capaz de me dar esse abraço. De me dar o apoio e a confiança que eu preciso.
Ainda é muito difícil. Me arrependo de muitas escolhas, de caminhos que eu tomei e que não têm volta. Sei que poderia e talvez deveria estar muito mais à frente.
Mas hoje eu me amo o suficiente para ser gentil comigo, para perdoar minhas falhas e seguir.
Independente do caminho.
Te aguardo, vinte e cinco.
Seja como for.

Os mesmos dias

E nas horas que o céu escurece   A noite embala meu pesar Mesmo estando ao meu lado parece Que aqui você já não está E como um rouxinol Meu ...