Recíproco.
Não recíproco.
Sempre parece ser culpa minha. Seja quando sou eu a não ser correspondido ou a não oferecer reciprocidade. Dos dois lugares, no entanto, o segundo é pior para mim. Quando não sou correspondido, lido com isso sozinho, é uma dor que carrego sem derramá-la em ninguém. Mas se sou eu a não corresponder, posso sentir o peso esmagador no peito da outra pessoa, sei quão devastador e agonizante pode ser e nada posso fazer. Sou completamente impotente contra essa dor, apesar de ser o vetor dela. E me sinto culpado pela dor causada, me sinto culpado por não poder oferecer nenhuma forma de alívio, me sinto culpado por permanecer ali tentando ajudar, sabendo que a minha presença pode amplificar a dor e me sinto culpado por me sentir culpado. Por chorar. Como se estivesse tentando roubar essa dor para mim, tornar-me o protagonista dessa situação. Não é o meu coração que está sangrando. Não foi minha alma que se expôs e em troca nada recebeu. Então por que me atrevo a chorar? Quem me deu permissão?
Mas também, quem me deu permissão para magoar alguém?
Às vezes queria me bastar, sem nunca permitir ninguém chegar perto. Privar-me da excruciante dor que é saber que o espírito de alguém se quebrou por minha causa. Por algo que eu não pude dar.
Desculpe-me, caro amigo.
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