Oi, como você prefere que eu te chame? Eu sei que passamos por momentos de muita crise identitária e talvez até o fim dessa pandemia você tenha decidido que agora quer te chamem, sei lá, de... É tipo seus apelidos, né? Quantos a gente já teve? Guinho, Gogor, Igolino, Dido, Igos, qual deles realmente pegou? Sabe quem me lembra? A Kitty, dos X-Men. Você ainda gosta? Ela também tem essas crises identitárias, vai ver por isso é a nossa preferida. Digo é porque pra mim, ainda é. Se não for mais pra você, aí não é culpa minha. Ou talvez até seja, mas enfim. Ninfa, Ariel, Lince Negra, Manto, Gadget, Kate Pryde. Parece não fazer sentido nada disso, mas faz. Eu só queria saber como é que andam essas crises. Sabe, é que foi um período em que a gente foi tão duro com a gente, ter tempo de sobra pra refletir sobre os caminhos tomados dá nisso, né? Você acha que todos eles foram errados. E aí, se é por causa deles que eu sou quem eu sou agora, isso quer dizer que eu não gosto de quem eu sou agora? Eu já gosto de mim aí? Talvez, né? Querer outros caminhos é uma forma de se imaginar sendo outra pessoa. Ou talvez não. Talvez eu só quisesse mudar os caminhos, sem mudar quem eu sou. O que não faria sentido algum, eu sei, mas quantas coisas na minha cabeça fazem sentido? Porque, olha, hoje, agora, eu gosto de mim. Talvez ontem ou amanhã, ou daqui a uma hora não, mas agora eu gosto. E eu tô tentando apreciar um momento de cada vez. Então, eu espero que isso de alguma forma te ajude a gostar de quem você / a gente / eu sou nesse momento em que você / eu estamos.
Com amor, Igor
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