terça-feira, 11 de janeiro de 2022

Cruéis atrasos

Mais uma vez você perdeu a hora. 
Novamente, chegou atrasado. 
Horas, minutos, segundos? Quantos? 
Não faz diferença. 
O atraso é imperdoável, irreversível. 
Você chegou, mas já não está aberta a porta
E você espera, na chuva, que ela se abra por alguma razão 
Que alguém, porventura, venha conferir se esqueceu o sapato aqui fora 
Dando de cara com você. 
Mas as chances não te conhecem. 
Só os pontuais têm chances e você não é um deles. 
Guarde as lágrimas, palavras, carinhos 
Ou planos que você trazia
Aqui eles não são mais bem-vindos
Nem você.
Volte ao lugar de onde veio 
Cabisbaixo.
À espera do próximo atraso...

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