sexta-feira, 5 de novembro de 2021

Tempo incerto

Envolto em névoas me encontro

Tateando um quarto escuro repleto de ninguém

Estou indo em direção à parede

Ou há ainda algo aqui que me impeça de trombar?


Sonhei com você

Acordei sem lembrar como se respira

batimentos quase furando meu peito

Você não estava lá


Tentava em vão te alcançar

Como alguém que almeja agarrar um vulto

Enquanto engolia lágrimas que escapavam


Você ainda está aqui?

Por detrás desta cortina espessa e esbranquiçada

Me dê um grito, algum sinal

Não quero muito


Só não me afogue no silêncio

Estou cego envolto em névoas

Na dúvida se me dissipo com elas

Ou fico à espera das suas mãos

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