sábado, 7 de janeiro de 2023

Poemas velhos, flores mortas

Eu te escrevi milhões de poemas,

Mas acho que você nunca os leu.

Apenas os deixou mofando 

naquela gaveta escura.


Como fazia comigo.

Como fazia com aquelas pobres flores secas.

Mortas, 

Esquecidas por entre as páginas de teu caderno.

Pra depois serem simplesmente jogadas fora.

Sabiam demais.


Mas de volta aos poemas, 

Que já devem estar com as páginas amarelas,

Talvez a culpa seja minha.


Como um tolo, os condenei 

Por achar que ainda tínhamos chance.

Que alguma das minhas palavras pudesse te tocar.


Mas não importa mais.

São seus agora.


Por mais que você se recuse a ouvir

Eles estarão lá, naquela gaveta escura

Sussurrando teu nome

Assombrando-te à noite.


Torço para que invadam teus sonhos

E aí, então, te façam me ouvir. 

Os mesmos dias

E nas horas que o céu escurece   A noite embala meu pesar Mesmo estando ao meu lado parece Que aqui você já não está E como um rouxinol Meu ...