Arcos de Joana

Se derrama em minhas mãos
E me captura entre suas garras
Não foge. 
Fica aqui no meu carinho 
Que transborda inteiro pra você, 
Se encharca nesse instante 
Mesmo se não puder retribuir 
E fica. 
Repousa seu corpo lânguido no meu colo
Meu colo este que não te pede nada 
Além de você nele 
Façamos um pacto de ficar os dois assim 
Sonolentos e espreguiçados 
Ao som do seu tímido ronronar 
Em arco, 
Banhados pelo pôr do sol.

Sucumbir à dor é uma opção?

As mãos do homem seguram sua alma
E a espremem até escorrer pelos dedos.

Como readquirir forma a partir daqui?
Sair da poça em que te afogaram
Tirar a lama que lhe arde os olhos

Há espadas no chão, meu bem.
Teus passos serão abafados pela dor e o sangue
Andar, por um tempo, será inviável.

Mas há um céu cheio de estrelas
Pra te fazer companhia durante as crises de choro

Desabe, grite, transborde
Você não precisa mais esconder o que sente.
Só volte a andar, quando conseguir
A estrada estará aqui, te esperando sarar.

Sucumbir à dor é uma opção?
Talvez
Mas a pior delas…